A arquitetura pode ser definida como construção concebida com a intenção de organizar e ordenar plasticamente o espaço e os volumes decorrentes, em função de uma determinada época, de um determinado meio, de uma determinada técnica e de um determinado programa (...). É, pois, necessário que o futuro arquiteto tenha, desde cedo, uma perfeita noção do que sejam proporção, comodulação e modenatura (...). Finalmente convirá acentuar a importância da intenção, porquanto a expressão final da obra dependerá do fiel e constante apego a essa intenção original.
Há duas maneiras distintas de se abordar um projeto arquitetônico:
conceito orgânico-funcional: o ponto de partida é a satisfação das determinações de natureza funcional, desenvolvendo-se a obra como um organismo vivo no qual a expressão arquitetônica do todo depende de um rigoroso processo de seleção plástica das partes que o constituem e do modo como são entrosadas;
conceito plástico-ideal: norma de proceder implica senão o estabelecimento de formas a priori, às quais se viriam ajustar, de modo sábio e engenhoso, as necessidades funcionais (academicismo), em todo caso, a intenção preconcebida de ordenar racionalmente as conveniências de ordem funcional, visando à obtenção de formas livres ou de geometrias ideais, ou seja, plasticamente puras.
Lucio Costa, Registro de uma vivência. abril 1972 (com adaptações).
A partir do texto acima, julgue o item que se segue acerca da linguagem do projeto arquitetônico.
O Partenon grego, cujo partido arquitetônico são as perfeitas proporções do corpo humano, exemplifica o conceito orgânico-funcional descrito no texto acima.