Em geral, percebe-se que a Primeira República
(1889-1930) configura um período de transição, que se teria iniciado um
pouco antes, ainda no Império. Tal mudança, ao acarretar a formação de
um mercado interno e a ampliação da divisão social do trabalho,
implicaria o começo do rompimento com uma economia que se concentrava na
agroexportação. Apesar de a Primeira República poder ser encarada como
um período de transição, algumas observações devem ser agregadas: no
período escravista, a plantation não conformava uma unidade auto-suficiente - ela recorria ao mercado para se reproduzir, e o fazia em um mercado interno
précapitalista; aquela transição não representou a consolidação, na
agroexportação, de relações capitalistas de produção, mas sim a
constituição de diferentes tipos de relações de produção
não-capitalistas - colonato, parceria, moradores etc. -, fato esse que
redefine o ritmo da transição para uma economia capitalista.
João Luís Fragoso. O império escravista e a república dos plantadores. In: Maria Yedda Linhares (org.). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1996, p. 191 (com adaptações).
Com
o auxílio do texto acima, e tendo em vista as transformações ocorridas
no Brasil na passagem do século XIX ao XX, julgue o item subseqüente.
Sob o prisma político, as transformações econômicas verificadas na República Velha, que incluíam os primórdios de uma industrialização, corresponderam ao alijamento das velhas oligarquias agrárias e à sua substituição pelos ascendentes segmentos burgueses.